sexta-feira, maio 30

O Planeta Vermelho



Há algo de comovente nestas imagens: a Phoenix desce em Marte, e envia fotografias do solo vermelho e ressequido. E de repente, o planeta vermelho parece estar tão perto!
Seremos um dia cidadãos do Sistema Solar?

Natália de Andrade


AQUI
e
AQUI

AVISO: este post tem uma intenção eminentemente didáctica, e não ofenderemos o intelecto dos nossos leitores dando mais explicações sobre o assunto...

Mundo Terra





Três imagens, uma realidade que desconhecíamos.
Reparei no gesto de defesa dos guerreiros diante do avião que os sobrevoa com a intenção expressa de os revelar ao mundo. A natureza humana na sua mais ancestral manifestação: o instinto de defesa e de protecção do grupo.
Mas reparei sobretudo no estado precário das habitações.

Humanos como nós, vida dura como a nossa. Talvez mais dura? Ou talvez não?
Ah, Rousseau, se pudéssemos acreditar no mito do feliz selvagem!

domingo, maio 25

Para a Bell


Entrámos na loja chinesa para substituir o transformador Made in China vendido pela PT juntamente com o telefone sem fios, e esturricado ontem por um trovão de Maio.
Ao balcão, a senhora da cabelos brancos debatia-se com algumas dúvidas existenciais sobre o brinquedo conveniente para o neto que já tinha tudo, e lá fomos espreitando pelas prateleiras, num turismo inocente e divertido.

Demorei a apreciar uns robes de chambre de renda e cetim, com cores sumptuosas, e graças a isso ouvi a avozinha perguntar ao vendedor:
- E quem era?
- Era a sogra...
- Ah, a sogra!... E como é que vocês, lá no Japão, dizem sogra?
- Dizemos sôgre. Sôgre é mandarim!
- AAHH... bem, então mostre-me também aquele!

Admirei a inesgotável cortesia do jovem comerciante chinês. Admirei a venerável anciã lusitana que esperava aprender japonês numa loja chinesa. Admirei este testemunho de um contributo trazido de tão longe para a nossa língua.
E admirei a facilidade com que se esclareceu um intrigante mistério : com tanta belle-mère, mother in law e tutti quanti, onde raio teríamos ido buscar a peregrina sogra?!

sexta-feira, maio 16

Pompa e Circunstância


Tu és o Zé que fumas
Tu és o fumador
Tu és o mariquinhas
Tu és o meu amor!

quarta-feira, maio 14

i ainda num tamos a uzar u acordo hortografo


Eu cá axo q os alunos n devem d xumbar qd n vaum á escola. Prontes

Pq o aluno tb tem direitos e se n vai á escola latrá os seus motivos
pq isto tb é perciso ver q á razões qd um aluno não vai á escola.
primeiros a peçoa n se sente motivada pq axa q a escola e a iducação
estam uma beca subre alurizadas.

Vamláver, o q é q intereça a um bacano se o quelima de trásosmontes é
munto montanhoso? ou se a ecuação é exdruxula ou alcalina? ou cuantas estrofes tem um cuadrado? ou se um angulo é paleolitico ou espongiforme? Hã?
E opois tb kerem ca gente encontre uma rais cuadrada.?!

E mais. Eh q ópois os setores ainda xutam preguntas parvas tipo cuantos cantos tem 'os lesiades', q é um livro xato cmum raiu e q n foi escrevido c/ palavras normais mas no aspequeto é como outro qq, e só pode ter 4 cantos comósoutros, daaaah.

Ás veses o pipol ainda tenta tar cos abanos em on, mas os bitaites dos profes até dam gomitos e a malta re-sentesse, outro dia era um q arrotou q os jovens n tem abitos de leitura e q a malta n saberamos ler nem iscrever e a sorte do gimbras foi q ele h-xoce bué da rapido e só o 'arrebimba ómalhu' é q conceguiu lhe assertar nele com um sapato.

Atão agora so pruque a malta ta na escola aviamos de ler tudo qt é livro desde o Camóes até á idade média e por aí fora, qués ver???

O pipol tem é q aprender cenas q intressam como na minha escola q á um curço munta baril de otelaria que a malta aprendemos a faser lã pereias e ovos mois e piças de xeculate q são assim tipo as pecialidades da rejião e ópois cuando sermos mais velhus pudemos ganhar um gravetame do camandro.

Ah poizé. tarei a inzajerar?

(Recebido por e-mail)

domingo, maio 11

Merry Christmas Mr Lawrence


Realizado por Nagisa Oshima em 1983, com David Bowie, Ryuichi Sakamoto, Takeshi Kitano.
Uma história de desespero e obsessão pelo poder. Um filme terrível e belo, difícil de ver mas consistente, onde a natureza humana é ao mesmo tempo magnífica e perversa.

quinta-feira, maio 8

Nargis e Myanmar







O ciclone Nargis destruiu 95 por cento dos edifícios no delta de Irrawaddy, entre sexta-feira e sábado.
Os números que traduzem as dimensões da desolação não têm parado de crescer.
A CNN, citando informações provenientes de uma ONG, aponta mais de 100 mil mortos, enquanto as autoridades de Rangum falam de 22.000. Para além disso, as Nações Unidas calculam que o Nargis deixou um milhão de pessoas sem casa.

Um dos ministro da Junta Militar, Maung Maung Swe, teria dito à BBC que grande parte das mortes não foi causada pela passagem do ciclone, mas sim por um pequeno tsunami de apenas 3,5 metros de altura, que "sem aviso varreu e inundou metade das casas que ficam ao nível do mar».

Entretanto, a ajuda internacional, prontamente mobilizada, é impedida de levar assistência médica e alimentos à população atingida pelo ciclone, porque o regime local se recusa tanto a conceder vistos como a reconhecer as dimensões da catástrofe. Uma das maiores carências é de água potável.
A lógica das ditaduras é sempre a mesma! Salvar a face do regime é mais importante do que socorrer pessoas. Pergunto: salvar a face? qual face?

quarta-feira, maio 7

Sei de Um Ninho



Sei um ninho.
E o ninho tem um ovo.
E o ovo, redondinho,
Tem lá dentro um passarinho
Novo.

Mas escusam de me atentar:
Nem o tiro, nem o ensino.
Quero ser um bom menino
E guardar
Este segredo comigo.
E ter depois um amigo
Que faça o pino
A voar...

segunda-feira, maio 5

Notícias e factos


Era um daqueles casais por volta dos oitenta anos, reformados.
Ele passava a maior parte do tempo no café, beberricando e petiscando com os amigos, enquanto ela ficava em casa. Depois chegava a casa de mau humor: a violência verbal e física aconteciam facilmente.

Naquele dia feriado, tinham lanche de aniversário em casa de um familiar e ela esmerou-se no vestir e no pentear.
Esperou em vão: ele chegou muito depois da hora combinada, e quando ela manifestou a sua irritação, puxou de uma cadeira e acertou-lhe com ela. Os vizinhos ouviram-na gritar "Ai que ele me matou!", e a seguir dois tiros.

Chamaram a polícia, a ambulância, e entretanto ouviram mais um tiro: o assassino tinha tentado suicidar-se. Os filhos, avisados, vieram a correr. Um trazia a caçadeira, e jurava que mataria o pai para vingar a mãe. Entretanto, o homem foi internado em coma; não é operável, pois a bala está alojada numa zona cerebral delicada.

Um diário de grande tiragem noticiou a coisa deste modo: o casal era muito unido e dedicado; andavam sempre de mão dada; o homem foi ao café claramente despedir-se dos amigos; voltou para casa e perpetrou o duplo crime porque os filhos não davam qualquer apoio ao casal, e ele não podia suportar o sofrimento da mulher, enfraquecida pela idade. Mais se dizia que o marido morrera no Hospital nesse mesmo dia.

Na sexta feira, numa loja a dois quarteirões dos acontecimentos, as pessoas contavam a versão do dito jornal como se fora a verdade absoluta.

Hoje de manhã, o homem continuava em coma no Hospital.

sábado, maio 3

Amor Fraternal - 2


A silhueta grande e pesada não a impediu de atravessar a porta escura, avançar silenciosa pelo pequeno átrio e entrar no quarto onde se ouvia um denso ressonar.

Ele acordou quando sentiu a pressão e o toque frio no pescoço. Abriu os olhos para perceber que ela o segurava pelo pescoço sem qualquer amabilidade, evidenciada pelo facalhão de matar o porco que também lhe encostava à pele.

- Estou a avisar-te: não tocas mais na minha irmã, nem que seja com um dedo! Só não te despacho já aqui por causa dos meus sobrinhos, os teus filhos.
Mas se voltas a tocar nela, juro que venho aqui e que hás-de sangrar que nem um porco na tua própria cama, até à morte! Ficas avisado!

Consta que a irmã viveu em paz daí em diante.