quarta-feira, agosto 15

Malpertuis



Cartaz original do filme e capa do DVD.
Realizado por Harry Kumel e Orson Welles, 1971. Também conhecido como A História de Uma Casa Maldita.
Com: Orson Welles, Susan Hampshire, Michel Bouquet, Mathieu Carrière, Jean Pierre Cassel, entre outros.
Inspirado na obra de Jean Ray.
É um filme de uma extraordinária beleza, pelas cores, pelos cenários, pelos enquadramentos. Harry Kumel é um mágico da cor, e consegue criar uma atmosfera opressiva mas simultaneamente bela, onde percebemos que há segredos que ultrapassam os mortais e os destroem. Na realidade, estamos numa ilha cujos habitantes são deuses gregos e o simples mortal que ali foi parar acabará destruído pela imensidão da demência divina. Algumas cenas são de cortar a respiração, de tão belas e poderosas.
Citarei apenas uma: o herói está perdidamente apaixonado por uma das habitantes da mansão, e ela, que também o ama, acabou por lhe revelar que é uma Górgona, e portanto o transformará em pedra se o olhar directamente; mas ele decide que o amor não pode ser negado, e diz-lhe que quer olhá-la nos olhos. Mostra-se tão firme, que ela cede. A cena é filmada de tal modo que ele está de costas para nós: vemos então a belíssima Górgona erguer o olhar, partindo dos pés do seu amado, e vemos este petrificar à medida que o olhar dela sobe. E realmente os olhos dela são tão belos que a estátua que resta do jovem apaixonado tem a felicidade estampada no rosto, e nós sentimos que ele fez a escolha certa. O filme não é perfeito, mas tem a qualidade de criar consistentemente um mundo fantástico onde somos obrigados a reflectir sobre algumas das coisas importantes da vida.
Encontramos uma análise mais objectiva
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