[ Este post foi escrito já faz mais de duas semanas, mas tem estado na gaveta por falta de tempo... embora as minhas últimas leituras tenham dado uma luz sobre este assunto, estes sentimentos enevoaram-me durante umas semanas, portanto, cá vai... ]
Percebo mas não compreendo, não aceito.
Por um lado, percebo que o que levou a pessoa a fazê-lo foi um desespero total e irremediável, o desespero de se sentir encurralado, de não ver solução, saída, fim para o tormento, de se encontrar num ciclo vicioso de dor e pensamentos martelando a cabeça...
por outro lado, não consigo aceitá-lo como solução, como pode uma pessoa achar que a sua própria morte vai ajudar os que ama, vai resolver os problemas? como pode uma pessoa provocar tamanha dor? ou acreditar que eles ficariam melhor? achar-se ele próprio um empecilho na vida dos que ama?
qual é a diferença entre uma pessoa que pensa assim e as outras todas que nunca puseram a hipótese de resolver os seus problemas desta forma? como reconhecemos uma pessoa assim? como evitamos que ela o faça? será possível evitar? que força é essa, que se sobrepõe ao instinto de sobrevivência? desespero? ou amor?
No fim de contas, é um problema que vive na cabeça, alimentado pelo coração e teria sempre uma solução (do nosso ponto de vista, claro...), que passa por nos superarmos a nós próprios.
A nossa mente é uma armadilha poderosa.
"A cada novo dia que vivemos, mais profundas se anunciam as trevas da prisão que nos cerca."
Em busca do carneiro selvagem, de Haruki Murakami
http://www.portugal-linha.net/arteviver/suicidio.htm
http://namp.ist.utl.pt/documentos/suicidio.pdf
www.spsuicidologia.pt/suicidio.php?links=Parasuicidio
www.telefone-amizade.pt/site/suicidio/
terça-feira, agosto 28
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2 comentários:
Terra, vejo que temos viagem às profundezas da noite!
Este teu post levanta questões importantes! Gostei muito.
se as há!
as palavras são, na sua maior parte, ilusões ou aparência de ilusões. outras - prisões -, que nem rendilhadas ou amortecidas pelo verbo podem! essas é que piores são...
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