quarta-feira, maio 30

Tapetes do Próximo Oriente


Um kilim de oração da Anatólia


Um invulgar tapete otomano.

Os tapetes são uma das mais belas coisas que o ser humano inventou. Tenho um fraco por kilins, confesso, e compreendo lindamente a paixão com que Gulbenkian coleccionou tapetes.

Marsupilami


Haverá alguém que não ache adorável este bichinho amarelo e malhado?

Cá e lá, boas fadas há...



Entre o esplendoroso bordado chinês (que me parece inspirador das nossas colchas de Castelo Branco, embora nada perceba realmente do assunto!) e o minucioso quilt americano, encontro traços de parentesco. Talvez no sentido de beleza, talvez na delicadeza intensa das cores, talvez no gosto pela produção de coisas belas, talvez nos claros sinais de que as fadas passaram por aqui com as suas varinhas de condão!

Encontrei estes tesouros no Metropolitan Museum of Art de New York. On-line.

Mãe-Terra em todo o seu esplendor

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Não me canso de olhar de todos os ângulos possíveis. Como é bela também a esta distância! Como é azul e misteriosa e cheia de luzes. Como é imensa e me deixa um nó na garganta pensar no sofrimento escondido por baixo desta magnificência. Sofrimento quase todo gerado por nós, humanos. Que espécie de seres somos nós, afinal?

terça-feira, maio 29

Ciel mes bijoux!

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Um pouco de psicanálise mostra-nos uma interessante faceta de Hergé.

segunda-feira, maio 28

The Lady herself





Ah, como eu rio de me ver tão bela neste espelho!

domingo, maio 27

O Fogo que mata e o Fogo que regenera

Ora aí está um daqueles temas... que me apaixona e acompanha desde cedo.

Eu também tenho um fascínio por dragões e histórias com dragões.

Vejo tudo o que tenha dragões, embora prefira histórias em que eles estão ao lado dos Humanos e não contra estes, nada de "caçadores de dragões"
... a única excepção será o filme "Reign of Fire".
Neste filme os dragões estão muito bem feitos, e gosto bastante da história, embora eles sejam criaturas caçadoras de homens, maus como as suas primas cobras.
Mas também, tenho que admitir que os compreendo, se eu tivesse asas, garras e deitasse fogo pela boca, a minha primeira boa acção para o Mundo seria liquidar o Homem...

O meu primeiro encontro foi através dos livros da Anne McCaffrey, embora infelizmente ainda não tenha conseguido ler todos... são muitos, mas difíceis de arranjar!
estes são os meus preferidos:



O meu último encontro foi com o filme Eragon.
Valeu a pena, o dragão era muito bem feito!!
tenho pena de não fazerem mais filmes com dragões, há tantas histórias que dariam bons guiões...


O Fogo que mata e o Fogo que regenera - ando a repetir-me, não é?

Afrodite


Uma outra beleza, da autoria de Praxíteles.

La Dame de la Licorne

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Para quem não quer esperar...

"A mon seul désir"


As tapeçarias de la Dame de la Licorne constituem o conjunto mais prestigiado do Museu de Cluny, e foram tecidas na Flandres, sec. XV, a partir de cartões feitos em Paris.
Cinco das tapeçarias exprimem uma apologia dos sentidos, e a sexta ("A mon seul désir") mostra-nos uma jovem dama guardando num cofre o colar de pérolas que ostenta nas cinco primeiras. Assim se simboliza a renúncia aos prazeres mundanos.

Esta obra prima, descoberta pelo escritor Prosper Mérimée no castelo de Boussac, em 1841, foi celebrizada por outro autor francês do sec. XIX: a escritora Georges Sand.

Não sabia nada disto. Mas a web permitiu-me não só encontrar as seis representações da senhora com o unicórnio, como ainda aprender algo sobre este trabalho belíssimo.
Como já andam por aqui muitos unicórnios, deixarei a exibição das outras cinco cenas para nova oportunidade. Parece que além do mais, há interessantes polémicas em torno da verdadeira identidade da misteriosa Dama.

sábado, maio 26

Unicórnio


Unicórnio conduzido através de um regato.

Para encerrar este dia dedicado à minha mitologia pessoal...

Dragão no meio das flores


Bordado, China

Recomendo vivamente o livro DRAGONOLOGIA, O Mais Completo Livro Sobre Dragões, editado pelos Livros Horizonte. É um livro absolutamente delicioso, que trata os dragões como objecto de investigação científica, e estabelece as diferenças observadas entre os vários tipos de dragões, nomeadamente do Ocidente e do Oriente. A qualidade gráfica é excelente, e acrescentarei que é um livro para ler, apreciar e TOCAR. O seu autor chama-se modestamente Ernest Drake. As ilustrações, abundantes e muito cuidadas, as amostras de "pó de dragão" e de "escama de dragão" e o teste para saber se somos capazes de nos tornar MESTRES DRAGONOLOGISTAS são de um humor subtil e reconfortante. Senti-me de volta aos livros da minha infância, donde emergiam figuras escondidas em sábias dobras no meio das folhas...
É um livro lindíssimo, que devia estar nas mãos de todas as crianças como um veículo para o sonho inspirador e a criatividade.

Dragão


China

Madona


Giotto

Unicórnio


O mais extraordinário dos animais simbólicos.
Não consegui encontrar a minha representação preferida: A Dama com o Unicórnio.
Esta, embora muito bela, tem aquela contradição de estar o animal preso...
A cerca é tão baixa que temos a tentação de pensar que só fica preso porque assim o escolheu.
Deixo o caso à consideração dos visitantes...

Madona


Duccio Buoninsegna

Ainda Casablanca



As Time Goes By

In and Out: A saga continua


O CANDIDATO ESTUDA O PROBLEMA

In and Out: A saga continua


O CANDIDATO HESITA

Au revoir!


Kouji Ochiai, Memory in Water

Uma partitura muito especial para dois armadilhadores muito especiais.
Até sempre!

Casablanca



Uma das mais belas versões de La Marseillaise.
É o espírito que conta.

sexta-feira, maio 25

Guardiões de Sonhos


Símbolos do Mal na tradição cristã, génios amáveis noutras culturas, sempre vi os dragões como expressão da força interior, do poder de superar o determinismo. Terríveis, poderosos, criadores, enigmáticos por isso mesmo.

quinta-feira, maio 24

Flores para Rafaela


Kazutochi Sugiura, Iris

A Rafaela atravessou na passadeira porque um automobilista parou para que ela e o colega atravessassem. Adiantou-se, rápida, para não fazer esperar o amável condutor.

O colega, que não foi tão rápido, viu o outro automobilista ultrapassar na passadeira, de telemóvel encostado ao ouvido, atropelar a Rafaela e desaparecer com a mesma velocidade excessiva que já trazia. A menina foi levada para o Hospital, e não sobreviveu. Era aluna do décimo ano. Até ontem.
Hoje, os colegas vestiram-se de preto e toda a Escola guardou um dorido minuto de silêncio pela Rafaela.


Hoje, o condutor foi apanhado pelas autoridades. Afirma que não teve qualquer culpa.

terça-feira, maio 22

In and Out



A POSE DO CANDIDATO

In and Out



O PROGRAMA DO CANDIDATO

In and Out



A VIGILÂNCIA DO CANDIDATO

In and Out



DEPOIS DE OUVIR O CANDIDATO

In and Out



À ESPERA DO CANDIDATO

In and Out



A ESTRATÉGIA DO CANDIDATO

In and Out



A FOME DO CANDIDATO

In and Out



O REPOUSO DO CANDIDATO

In and Out



O SORRISO DO CANDIDATO

domingo, maio 20

Pessoas



Esta estampa chama-se EMBRACING, e é de Yoko Yoshizawa.
Acho-a particularmente interessante, pela simplicidade e força com o conceito é transmitido.

Abraçar. Uma coisa tão simples que pode ser tão complicada. Que pode ser tão difícil. Que pode ser tão verdadeira que assusta.
Na verdade, abraçar é a coisa mais bonita do mundo, mas pode ser a mais violenta. Aqui vejo apenas o lado doce da questão, na cor delicadamente calorosa.
Um bom e afectuoso abraço! Como é bom!

sábado, maio 19

Jon Spencer Blues Explosion



Sweet'n sour

Carl Theodor Dryer & Massive Attack



Vampyr, o filme, e Angel, a música. Separados por muitos anos e reunidos de uma forma interessante neste documento.

Embirrações

Há mais alguém por aqui que se sinta irritado quando há passageiros que insistem em carregar no botão, embora A LUZ DE PARAGEM DO AUTOCARRO JÁ ESTEJA ACESA porque alguém JÁ tocou à campainha?

What have they done to my song, ma?



Nunca pude ouvir Mélanie Safka sem me envolver na música.

sexta-feira, maio 18

Crepúsculo interior


O último dia de uma semana difícil e dura de ponta a ponta. Um cansaço à beira da exaustão. Uma melancolia algo neurótica. Preocupações várias.

Quando entro no táxi, a caminho de casa, vejo um homem de cabelos brancos e pequena barba cuidada muito seventies. A música, bem alta, é daquele género sentimental com imensa câmara de eco. Um italiano com voz de açúcar mascavado canta algo triste e apaixonado. E logo a seguir, em espanhol, outro cantor informa-nos que tudo se passa à "media luz- crepusculo interior- una media luz de amor".
Do velho tango pouco sobra, afogado nos efeitos da câmara de eco, liquefeito e adoçado pela electrónica e pelas idiossincrasias do cantor. Era de partir corações de titânio! Ficaria lindamente com aqueles quadros de meninos rechonchudos com duas lágrimas a correr pelas faces rosadas.

E de repente dou comigo a sorrir enquanto olho pela janela da direita. Aquele taxista lírico, apreciador de música sentimental, comove-me e ao mesmo tempo reconcilia-me com o mundo.

Há lá paradoxo maior do que um taxista sentimental? Não há angústia metafísica que resista a esta invasão da vida!

quinta-feira, maio 17

Silêncios


Ele estava na Biblioteca, lendo o jornal como de costume. Parecia abatido. Não deve ter dormido, claro: mais uma vez, quis dobrar a verdade para obter poder, mas a verdade foi mais forte do que ele.
Há qualquer coisa de profundamente tocante no homem vencido, mesmo que vencido justamente e em nome dos princípios. Apetece ser clemente, misericordioso, ajudar a levantar do chão e dizer algo de positivo sobre o dia de amanhã. Ainda que a situação só tenha existido porque ele a criou.

Passei por ele duas ou três vezes, enquanto andava a tratar do que tinha a tratar.
Não levantou a cabeça, e eu hesitei mas não tomei a iniciativa.

Afinal, não seria decente mostrar sensibilidade: em tempos, fui uma das pessoas que ergueram a voz para dizer NÃO.

quarta-feira, maio 16

Vidros, sempre



Daum, em Nancy, cerca de 1900

Cena de Amor



Enquanto a noite arrastava a cauda negra, dei de beber à minha amada vinho sombrio como pó de almíscar.

E estreitei-a a mim como um guerreiro estreita a espada, e como talins as suas tranças pendiam dos meus ombros.

E, quando levemente adormecida, afastei-a de mim.
Afastei-a do meu peito, para que não adormecesse sobre uma almofada palpitante.

Ben Baqi

(poeta andaluz do sec. XII D.C.)
Traduzido por Herberto Hélder

terça-feira, maio 15

A galinha da minha vizinha



Na realidade, chama-se GREETINGS OF LOVE, da autoria de Nubuyoshi Koga, e acho-a deliciosa!
Queria ter uma galinha assim!

Pássaro inconformista?



Para o Pedro Silva.
Chama-se STARDUST, e é de Shuji Wako.

Murano, de novo

Visita de amor

Vieste um pouco antes de soarem os sinos cristãos, quando o crescente lunar se abria no céu,
Como a branca sobrancelha de um velho ou a curva delicada de um pé.
E, apesar da noite, o arco-íris brilhou no horizonte, o arco de múltiplas cores, cauda enorme de pavão.

Ben Hazm

Granada, séc XI D.C.
(traduzido por Herberto Hélder)


Este poema encanta-me pela delicadeza das imagens, mas também por revelar, en passant, que cristãos e muçulmanos podiam viver perto uns dos outros sem conflitos, e que isso era suficientemente NORMAL para que a hora seja insinuada pela referência aos sinos cristãos.

Teríamos todos vantagem (o Ocidente tanto como o Islão) em reaprender a História do que foi o relacionamento dos nossos povos, mesmo em tempo de Reconquista mútua.
A mim parece-me cada vez mais evidente que uma minoria barulhenta e violenta conduz a orquestra, e os seus objectivos não são os da maioria. Convém muito aos poderes instituídos, tanto de um lado como do outro, manter a desordem, a violência, o confronto e as mortes.
Mas não é isso que convém às PESSOAS. Ao povo. E não é isso que a História nos ensina: o que nos ensina, é que durante séculos pudemos trocar conhecimentos e aprender uns com os outros. E VIVER uns com os outros lado a lado.

Para Raimundo Lúlio


URSO: 1. Mamífero carnívoro com dentição pouco especializada, cauda curta e marcha plantígrada. O urso ronca, ruge, usa a sua voz. 2. Brinquedo de criança, de pelúcia, que tem a aparência de um urso. 3. FAM. Diz-se de um indivíduo pouco esperto que é alvo de gozo.4. Fazer figura de urso, ser ridículo.
4. METALURGIA. Massa ferrosa ou de gusa, contendo impurezas (escórias) eliminadas durante a pudelagem por forjagem com martelo. (recolhido no Larrousse)
Perante estes dados, estou inclinada a dar razão a Raimundo Lúlio.
Vejamos: dentição pouco especializada, ronca, ruge e usa a voz, pode ser ridículo e gozado, contém impurezas (mais propriamente escória), e pode ser amável e terno. Tal qual a Humanidade! Quanto ao conformismo, ele é sem dúvida uma das maiores tentações da dita espécie humana.

Confirma-se: nada como um filósofo para dar o nome certo às coisas!

Roads



Portishead, e não há nada mais a dizer.

Ursos Conformistas?





Como sabê-lo?

Para Terra em Socalcos


A escolha não foi fácil!...

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Murano


O vidro feito sonho. Ou o sonho feito vidro?
É extraordinariamente belo. E é feito por PESSOAS!

Gato preto


Gato preto com recortes de samurai.
Recorda-me Iwo Jima e um filme que me comoveu muito. Gosto de filmes que falam de pessoas, independentemente das condições concretas em que essas pessoas se encaixam.

Recorda-me também outro filme que desejaria rever: O Paraíso Agora. Pessoas, mais uma vez. Com medos, dúvidas, sonhos e raivas. Ou: Canção de Amor para Bobby Long. Road To Perdition. American Beauty. Stalker. La Belle et La Bête. Bem... tantos!

Não gosto - pelo menos não me lembro de nenhum caso - de filmes de causas. As causas só são importantes pelas pessoas envolvidas. No entanto gosto de filmes heróicos e de filmes com anti-heróis. Contradição?...
Talvez.
Ninguém é perfeito.