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Ele estava na Biblioteca, lendo o jornal como de costume. Parecia abatido. Não deve ter dormido, claro: mais uma vez, quis dobrar a verdade para obter poder, mas a verdade foi mais forte do que ele.
Há qualquer coisa de profundamente tocante no homem vencido, mesmo que vencido justamente e em nome dos princípios. Apetece ser clemente, misericordioso, ajudar a levantar do chão e dizer algo de positivo sobre o dia de amanhã. Ainda que a situação só tenha existido porque ele a criou.
Passei por ele duas ou três vezes, enquanto andava a tratar do que tinha a tratar.
Não levantou a cabeça, e eu hesitei mas não tomei a iniciativa.
Afinal, não seria decente mostrar sensibilidade: em tempos, fui uma das pessoas que ergueram a voz para dizer NÃO.
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