Acabo de assistir a uma conferência sobre história da ciência, com o tema: Da Alquimia à Química.
Para além do acervo de informações fornecidas pelo conferente, o tema tratado levou-me a repensar a velha questão dos paradigmas científicos. Curioso que alguns dos presentes - médicos da minha geração ou um pouco mais velhos - ainda juram pelo determinismo, embora também falem de estatísticas e de probabilidades.
A capacidade de autocrítica e de evolução da ciência no próprio campo da sua epistemologia sempre me fascinou. A Física é verdadeiramente inspiradora nesse domínio, e continua a ser uma referência essencial para mim: leio tudo o que os meus reduzidos conhecimentos de matemática me permitem ler. A maior lição que retiro dessas leituras é a permanente renovação mental dos grandes nomes que fizeram a ciência do séc. XX.
Talvez ainda tenha tempo para assistir a alguma revolução científica do séc. XXI, uma fecunda mudança de paradigma, um salto no desconhecido, qualquer coisa!
A ciência institucionalizou-se e parece cansada. Depende muito dos interesses económicos de quem lhe pode sustentar as investigações. Sempre foi assim, claro: os alquimistas conseguiam financiamento dos poderosos porque era suposto descobrirem o modo de transmutar chumbo em ouro, permitindo assim a recuperação do investimento. Para os próprios, aposto que importava acima de tudo o processo interior, o enriquecimento do saber, a transmutação do espírito, o legado deixado aos dois ou três discípulos aceites no seu laboratório.
Quantos cientistas serão, também hoje, reféns de magnatas, afadigando-se com o ouro dos outros para conseguirem a alegria da descoberta que realmente os inspira?
E será que lhes deixam o direito de perseguir os seus próprios sonhos de saber? E será que TÊM SONHOS?
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