Com a mulher, Frances.
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The Man Who Was Thursday, 1908: O Homem que Era Quinta-feira.
Um livro onde nada é o que parece, e nada parece o que é. Metafísica carregada de um humor original, Deus e o Diabo trabalhando cada um para seu lado como manda a tradição, numa canseira infindável.
Criada num catolicismo rígido e severo, onde não havia espaço para interrogações e as dúvidas eram resolvidas pela cartilha, foi uma lufada de ar fresco na minha adolescência.
Se nos lembrarmos que Chesterton era conservador, se converteu ao catolicismo por achá-lo mais compatível com os seus próprios valores
universalistas e escreveu obras tão diferentes como
Divórcio versus Democracia;
A Superstição do Divórcio;
Eugenismo e Outros Males;
O Apetite pela Tirania;
Governo e Direitos Humanos, podemos perceber que era um espírito complexo e invulgar. Era também um homem gregário e afectuoso, com um sólido sentido de humor, uma grande modéstia e uma coragem inabalável na defesa dos seus valores e princípios.
Exprime a sua filosofia política em obras como
What's Wrong With The World, 1910, e chama-lhe
distributivismo. Pode resumir-se numa fórmula muito simples:
todo o homem deveria ter condições para possuir três hectares e uma vaca, de modo a assegurar a sua subsistência e dignidade.
Sim, é uma fórmula estranha, mas tem pelo menos a qualidade de ser coerente com a sua visão conservadora da sociedade.
Para além das mencionadas, deixou muitas outras produções, entre ficção, poesia e ensaio. Inesquecível é o seu original Padre Brown, o investigador perfeito que trabalha tentando entender a alma do criminoso em vez de usar a dedução.
Agora que vai ser reeditado em português O HOMEM QUE ERA QUINTA-FEIRA, valia a pena lê-lo e relê-lo. Existem todas as probabilidades de constituir uma experiência agradável e tonificante.
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